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“Aposta” ganha !

E qual foi essa aposta ?

 

A 1ª vitória em Homestead

A 1ª vitória em Homestead

 

Antes de lá chegar, deixem-me recuar até 2008, altura em que por aqui se descobriram as corridas em directo na net, transmitidas ou não legalmente.

 

O desejo primeiro era assistir às corridas da Nascar, mas rapidamente se estenderam a outros campeonatos, entre eles, por acaso a Grand-AM Series.

 

Não me recordo qual foi a prova, recordo-me sim, que era num sábado à tarde e que estava a ser a transmitida em directo na Speedtv, hoje Foxsports1.

 

Com a Brumos Racing em 2008-2009

Com a Brumos Racing em 2008-2009

De imediato achei a competição interessante, apesar dos protótipos serem extremamente feios e enquanto ia assistindo, um nome me chamou à atenção, chamava-se João Barbosa e porque a prova se desenrolava nos EUA, pensei que fosse brasileiro, mas não, era português.

 

Não me recordo em que lugar terminou essa prova, mas recordo-me perfeitamente da sua agressividade em pista, deixando-me a vibrar sempre que tentava e não conseguia ultrapassar, tentava e não conseguia novamente e voltava a tentar, conseguindo dessa vez.

 

Acabada a corrida, foram “mãos à obra”, havia que encontrar a página do campeonato para saber quando era a próxima corrida e estar apostos para não a perder.

 

Portugal a esvoaçar em Daytona pela 1ª vez

Portugal a esvoaçar em Daytona pela 1ª vez

Pesquisou-se esse piloto português que me tinha maravilhado e não descobri grande coisa, mas a verdade é o que o mais importante tinha sido descoberto, havia um piloto português que me enchia as medidas.

 

A partir daí, sempre online, fosse através de imagens, time & scoring ou mesmo pela radio MRN, não mais se falhou uma prova em directo.

 

Agora já posso dizer-vos qual era a aposta, consistia em seguir João Barbosa porque ele era capaz de me dar alegrias, a mais importante das quais, ver a minha bandeira a esvoaçar no victory lane.

 

Foi preciso um ano para que esse episódio tivesse acontecido, foi em Homestead, palco da última prova do calendário 2009.

 

Belle Isle, 2012

Belle Isle, 2012

Aquela ultrapassagem ao protótipo de Scott Pruett foi sublime e a partir daí, as voltas tornaram-se intermináveis, até que a poucos minutos do fim, um acidente entre vários carros obrigou à entrada do pace car e ao final da prova.

 

Veio 2010 e a mudança de equipa, João Barbosa deixava a Brumos Racing e o protótipo nº59, para competir pela Action Express com o nº9.

 

Este era o primeiro passo da Brumos Racing para deixar de competir na classe protótipos e mais tarde, da competição na sua totalidade.

 

2013, já nºDP nº9 com Christian Fittipaldi

2013, já nºDP nº9 com Christian Fittipaldi

Por aqui pensou-se que iria ser um ano extremamente complicado, o que na realidade viria a ser, no entanto, a temporada iria ficar marcada com um grande feito e logo na prova mais importante do calendário, as 24 horas horas de Daytona falavam português e a bandeira voltava a esvoaçar e eu não tinha perdido pitada.

 

2011 foi mais um ano frustrante, mas mais uma vez a bandeira tinha esvoaçado, desta vez em Virginia International Raceway, com uma demonstração extraordinária de Barbosa, em condições muitos difíceis da pista, conseguindo aguentar Scott Pruett, com um protótipo muito mais competitivo.

 

Ainda neste ano, a Action Express passava a ter mais um protótipo, o nº5 entrava em cena pelas mãos de David Donohue e Darren Law, era ainda o protótipo em que a organização depositava todas as suas esperanças, visto que o nº9 apenas competia com João Barbosa e dava voltas às pistas com J.C. France e Terry Borcheller, embora este fosse um pouco mais rápido a fazê-lo.

 

2013, vitórias em Mid-Ohio e Watking Glen

2013, vitórias em Mid-Ohio e Watking Glen

É certo que estas corridas são ganhas com um mínimo de 2 pilotos, mas a diferença de andamento era abismal e quando Barbosa fazia o seu turno, geralmente o último e o mais comprido, já a corrida estava perdida, principalmente porque já tinha 1 volta de atraso.

 

Felizmente que a Action Express apercebeu-se deste grande pormenor e em 2012, já com a época em andamento, João Barbosa passava a ter como colega de equipa Darren Law e os resultados de imediato se fizeram sentir, o nº9 já não se arrastava no 1º turno e chegava em condições para lutar pela vitória às mãos do português.

 

Daytona pela 2ª vez em 2014

Daytona pela 2ª vez em 2014

Nesse ano, esvoaçaram por 2 vezes a bandeira portuguesa no victory lane, a primeira em Belle Islle e a segunda nas 6 horas de Watkins Glen, qualquer uma delas com provas extraordinárias do português, a primeira ultrapassando toda a concorrência após divergências com a direcção de prova que o colocaria atrás de todos os protótipos a na segunda, com um final  verdadeiramente épico com o nº99 de Alex Gurney/Jon Fogarty.

 

A Action Express era agora uma equipa competitiva e o nº9 não perdia oportunidades de o mostrar.

 

Com o Corvette DP perfeitamente “dominado” na oficina, havia que leva-lo ao limite na pista, daí, em 2013 apostava-se em novos pilotos, ficando apenas com o português, premiando-o por tudo o que ele tinha conseguido para a organização.

 

Uma tripla fantástica

Uma tripla fantástica

O ano começou mal, mas a Action voltou a baralhar e dar de novo os seus 4 pilotos, colocando Barbosa no DP nº5 com Christian Fittipaldi, ficando o nº9 para os irmãos Frisselle.

 

Foi pena não o ter feito logo no inicio do campeonato, mas mesmo assim ainda deu para Fittipaldi lutar pelo titulo de pilotos até à última prova.

 

Pelo caminho, esvoaçou a bandeira portuguesa mais 2 vezes, primeiro em Mid-Ohio e logo de seguida em Watkins Glen, em mais 6 horas de competição.

 

Com o final de 2013, veio também o fim da Grand-AM, dando lugar à United SportsCar Series a partir de 2014.

 

Na Action Express, desta vez não houve mexidas, ou melhor, apostou-se tudo no nº5 de Barbosa/Fittipaldi, ficando o nº9 com um calendário de 4 provas, as mesmas que faziam parte da Taça NAEC ( North American Endurance Championship ), 24 horas de Daytona, 12 horas de Sebring, 6 horas da Glen e Petit Le Mans.

 

Foram precisos 5 longos anos, para que a Brumos Racing/Acton Express, apostassem no piloto certo, mas acabaram por fazê-lo e os resultados estão à vista, mais 3 vitórias, 24 horas de Daytona, Road América e Indianapolis, titulos para a sua dupla de pilotos, titulo de equipas, Taça NAEC de pilotos e Taça NAEC de equipas, ou seja, e tudo a Action ganhou.

 

Ganhou a Action, ganhou o João Barbosa, ganharam os fãs portugueses que o acompanham e ganhei eu de duas maneiras, a primeira porque sou português, embora lamente que hajam milhões que falam a língua de Camões e nem sequer o conheçam e a segunda, porque apostei nele em 2008.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5 Comentários

  1. João Gorrão

    em Outubro 10, 2014 às 19:53

    Gostei muito deste artigo pois eu também descubri o João Barbosa por acaso quando ele foi contratado como piloto de desenvolvimento da Mosler, estreando-se com a equipa oficial nos EUA. Desde aí tenho seguido atentamente a sua carreira, sempre brilhante, mas, como é dito no artigo, nem sempre com sorte. De referir que o João ganhou as 24h de Daytona à classe com a Mosler, a que soma as outras 2 à geral.

  2. João Miguel Domingues

    em Outubro 13, 2014 às 10:18

    Desde 1992 que conheço este campeão. Desde o tempo que ia correr ao Japão ou quando partiu sozinho para Itália e disputar a fórmula boxer.
    Fez a aposta da sua vida ao rumar aos States onde na Mosler desenvolveu um carro que lhe permitiu ganhar suas primeiras 24h Daytona.
    O longo oceano que nos separa e a falta de cultura automobilística em Portugal fazem parecer que por vezes o JB não é Português.
    Graças alguns sites como o Vruumm e outros podemos seguir este fantástico piloto e no meu caso amigo de longa data.
    Bem aja!