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O companheiro sombrio do mundo das corridas

A foto a que se refere o acidente na foto em cima, aconteceu em 2010 nas 500 milhas de Indianapolis, com Mike Conway a ser o protagonista principal deste voo, que acabou mal para o piloto, tendo partido uma perna, entre outras lesões, que o privaram de competir no resto da temporada.

 

20011, Dan Wheldon morre em Las  Vegas

20011, Dan Wheldon morre em Las Vegas

 

Mas Conway “fintou” o companheiro sombrio”, enquanto outros como os legendários Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Ayrton Senna, Dale Earnhardt,  Heinri Toivonen, ou Dan Wheldon, não o conseguiram.

 

Não foram só estes que morreram na pista, como devem imaginar, aqueles 6 são apenas alguns que me vieram de repente à memória, aliás o último desta lista, Dan Wheldon, fez ontem 2 anos que morreu na oval de Las Vegas, numa prova da Indycar Series.

 

Dario Franchitti em Houston

Dario Franchitti em Houston

Embora nas últimas semanas tenham morrido mais dois pilotos, Maria de Villota e Sean Edwards, a verdade é que ambos não estavam a competir, a primeira foi encontrada morta no quarto do hotel onde estava hospedada e o segundo, era co-piloto, enquanto dava umas “lições” a jovens num circuito na Austrália.

 

Mas a verdade, é que a morte é o companheiro sombra para qualquer piloto de corridas, seja em que categoria for, umas vezes com sucesso, outras, felizmente que não, que o digam Tony Stewart em Agosto, enquanto participava numa prova de Sprint Cars, ou Dario Franchitti em Houston, numa  prova da Indycar, sofrendo ambos lesões que os colocaram fora das competições para o resto desta temporada, mas que em principio, estarão prontos para competir em 2014.

 

Tony Stewart algures numa oval de terra

Tony Stewart algures numa oval de terra

Será que é possível evitar a companhia desse passageiro tão indesejável ??

Não, uma coisa no entanto parece certa, cada vez menos há mortes na competição automóvel e a razão é simples, as organizações desses campeonatos, têm em conta cada vez mais a segurança dos pilotos e dos espectadores.

 

Uma das formas usadas para evitar esses horríveis acidentes tem sido no melhoramento dos próprios circuitos, na Formula 1 por exemplo, através de maiores escapatórias, algumas delas até asfaltadas.

 

Os acidentes em talladega

Os acidentes em talladega

Outra forma é pura e simplesmente não voltar ao local do “crime”, como foi o caso da Indycar, que não mais voltou à oval de Las Vegas.

 

Na Nascar, onde ocorrem os acidentes mais espectaculares, também aqui os circuitos, neste caso ovais, têm sofrido grandes alterações em termos de segurança, desde as safer barriers, ou seja, duplos muros colocados em zonas estratégicas, capazes de absorver a energia do impacto, quando os carros vão contra elas.

 

Também as escapatórias começam a ser asfaltadas em vez do característico verde da relva, que não permitia que os carros abrandassem antes de chegarem ao inevitável muro de protecção.

Carl Edwards a voar para a rede de protecção

Carl Edwards a voar para a rede de protecção

 

Também as redes de protecção têm sido alvo de melhoramentos, em especial as colocadas na parte exterior das ovais, ou nos circuitos com bancadas por perto, de forma a evitar que detritos de acidentes voem, ainda assim, no acidente de Franchitti em Houston, foram 3  espectadores que foram atingidos, felizmente sem consequências graves.

Também na oval de Daytona, na prova da Nationwide Series este ano, vários foram os espectadores que foram atingidos com detritos, mas os melhoramentos ficaram à vista, se comparados com um parecido acidente que aconteceu em Talladega, quando Carl Edwards voou no seu Ford para a rede de protecção.

 

Hans device

Hans device

Mas o mais importante aparelho de protecção, que tem evitado mais mortes dos pilotos, seja nos circuitos, seja nas ovais, tem sido o Hans device, ou seja, um dispositivo de suporte para o pescoço e cabeça dos pilotos.

 

Demorou a chegar à competição, foram precisos alguns anos de desenvolvimento, mas a verdade é que as mortes deixaram de ocorrer na Nascar e Formula 1, a partir do momento que os pilotos o começaram a usar.

 

A primeira categoria onde foi usado esse dispositivo de segurança, foi a NHRA em 1996, logo após a morte de Blaine Johnson, mas seria apenas obrigatório a partir de 2004.

 

Como é que isto é possível ??

Como é que isto é possível ??

Foi na Indycar Series, CART na altura, que em 2001, nas provas em ovais, que se tornou obrigatório, ao que foi seguido pela Nascar em finais desse ano, quando perdeu o seu grande piloto nas 500 milhas de Daytona, Dale Earnhardt Sr.

Entretanto, a ex CART, estendeu a obrigatoriedade para os circuitos convencionais.

Também nesse ano, a ARCA Series obrigou ao uso do Hans, após a morte de  Blaise Alexander.

 

A Formula 1, depois de muitas experiências, obrigou o uso desse dispositivo em 2003, tendo a obrigatoriedade chegado ao WRC e V8 Supercars em 2005.

 

Daytona 2013, corrida da Nationwide Series

Daytona 2013, corrida da Nationwide Series

Hoje em dia, praticamente todos os pilotos usam o Hans device ou dispositivos parecidos.

 

A somar aos melhoramentos nos circuitos, ovais, dispositivos de segurança para os pilotos, há que acrescentar a continua busca por parte das organizações dos campeonatos de compostos mais resistentes para os embates, um investimento bastante caro, mas que tem evitado males maiores em corridas por esse mundo fora.

 

No entanto, uma coisa é certa, o companheiro sombrio vai estar sempre à espreita, não é uma questão de onde, ou como, mas sim, de quando e nessa altura, há que deitar mãos à obra novamente, para que acidentes como esse, não voltem a acontecer.

 

Entretanto, os pilotos vão continuar a fazer aquilo que mais gostam, seja em Fontana, uma oval de 2 milhas onde se atingem velocidades exorbitantes pelos os Indycars e onde morreu Greg Moore em 1999, seja em Talladega, palco dos acidentes mais incríveis e espectaculares alguma vez vistos, seja no circuito da Catalunha, onde vai estar António Félix da Costa, seja em Monte Fuji, onde estarão Pedro Lamy e Rui Águas, ou na distante Philip Island, onde Miguel Oliveira vai querer vencer na Moto 3.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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