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Daytona Beach, a 1ª Daytona

UAU, bonita fotografia não é  ??

Pois é, a foto em cima é da antiga pista de Daytona Beach, um circuito que misturava a Avenida A1A e a praia de Daytona.

 

Sir Henry Segrave com o Sunbeam 1000HP

Sir Henry Segrave com o Sunbeam 1000HP

 

A história desta pista começa quando Henry Segrave quebrou o recorde de velocidade em terra da altura, com o seu Sunsbeam 1000 HP da época, o recorde ficou então em 203.79 m/h,   ou 327.97 km/h, mais coisa menos coisa.

 

Depois disso, a história de Daytona começa a ganhar linhas e páginas, principalmente quando William France Sr. muda-se de Washington para Daytona Beach, com o intuito de escapar à Grande Depressão, criando aí, uma oficina de automóveis.

 

Palavras para quê ??

Palavras para quê ??

Mas não foi só France Sr. o responsável, também funcionários de Daytona Beach e o piloto local, Sig Haugdahl, resolveram criar uma corrida em Daytona, a ideia ganhou ainda mais força quando Haugdahl ficou com a responsabilidade de criar o traçado da pista, traçado esse, que juntava a actual avenida A1A e praia de Daytona Beach e media 5,1 km de extensão.

A recta principal, era na parte de areia do traçado e a recta oposta, era no asfalto.

Apesar de ser um traçado simples e facilmente construído em uns poucos meses, a primeira corrida só aconteceu em 1936 e o vencedor ganharia 5.000 dólares vindos da “Câmara Municipal” de Daytona Beach.

 

Foram vendidos milhares de bilhetes para a 1ª corrida e embora a parte de areia do traçado, tenha tido várias controvérsias e até protestos por não ser muito segur0, os organizadores viraram costas e os pilotos que se desenvencilhassem.

A curva 1 de Daytona Beach

A curva 1 de Daytona Beach

A corrida acabaria interrompida quando faltavam apenas 3 voltas para o final e Milt Marion foi coroado o vencedor da corrida pela AAA, a organizadora e patrocinadora principal do evento, os 2º e 3ºs da corrida, Ben Shaw e Tommy Elmore, respectivamente, protestaram contra o resultado, mas de nada lhes valeu.

Apesar de muita gente ter aparecido para ver a corrida, a cidade perdeu 20.000 dólares e por via disso, a Câmara Municipal não quis mais promover o evento.

É aqui que William France entra, quando Haugdahl lhe pede ajuda para promover o evento, formando assim, uma espécie de aliança para organizar corridas.

 

Depois de conversarem com a Daytona Beach Elks Club, uma rede de motéis que ficava em Daytona Beach, esta aceitou patrocinar a corrida só que, apesar do evento de 1937 ter sido mais bem sucedido que a do ano anterior, houve novamente perda em dinheiro.

Desiludido com os resultados, Haugdahl desistiu e a partir daí, seria William France a organizar os eventos em Daytona Beach.

 

Não era fácil competir na areia !!!

Não era fácil competir na areia !!!

Em 1938, France tentou organizar corridas em datas importantes para angariar dinheiro e publicidade fora de Daytona e conseguiu duas corridas para esse ano em Daytona Beach, uma seria no fim de semana do Dia do Trabalho  e a outra em Julho.

Com toda a publicidade ganha no Dia do Trabalho, Daytona Beach ficou conhecida pelo país todo e em 1939, foram 3  as corridas e mais 3 no ano seguinte, em 1940.

 

Sucesso total portanto e assim continuou em 1941, só que, enquanto planeava as corridas para 1942, Pearl Harbor foi bombardeada pelos japoneses e os EUA entravam na 2ª Guerra Mundial, o que “obrigou” France  a consertar barcos em Daytona Beach, cidade que só voltaria a ter corridas em 1946.

 

William "Bill" France Sr

William “Bill” France Sr

Com as corridas de volta, France sabia que precisava de mais promotores para conseguir publicidade , mas precisava de promotores bons, daqueles que não ficavam com o dinheiro que seria pago aos pilotos, até que teve uma ideia.

 

Essa ideia foi posta em prática a 14 de Dezembro de 1947, em reuniões no Bar Ébany e no Hotel Streamline e com a ajuda de amigos, pilotos e promotores, nasceu em 21 de Fevereiro de 1948 a NASCAR, uma associação que regulamentava, organizava o calendário de corridas e os campeonatos.

A primeira corrida oficial da NASCAR, foi então realizada em Daytona Beach em 1948, apenas para ser um evento de estreia, essa corrida ficou marcada pelo acidente entre Red Byron e Marshall Teague.

 

No ano seguinte, 1949, Daytona Beach sediou a segunda corrida ( a 1ª foi em Charlotte) da NASCAR Strictly Stock, a actual Sprint Cup, onde 28 carros competiram,  Buck Baker, Curtis Turner e Marshall Teague foram alguns deles, mas o vencedor acabou por ser Red Byron, que venceu a corrida e o campeonato, sendo o 1º campeão da Nascar.

 

Em 1950, a Strictly Stock é rebaptizada para Grand National.

A corrida de Daytona Beach foi então transferida no calendário para Fevereiro, tal como nos dias actuais e Harold Kite venceu a corrida depois que Red Byron ter problemas na caixa de velocidades à volta 25, abrindo assim o caminho a Kite.

 

Em 1951 e 1952, Marshall Teague e o lendário Fabulous Hudson Hornet venceram em Daytona Beach e em 1953, o pole man, Bob Pronger e o 2º posicionado, Fonty Flock, fizeram uma aposta sobre quem iria liderar a primeira volta e o resultado foi, a desistência de Pronger logo na curva 1, depois de destruir o seu carro, perdendo assim a aposta, mas Flock também não teve muito melhor sorte nessa corrida, visto tê-la perdido na última volta ao ficar sem gasolina, isto numa altura que tinha 1 minuto de vantagem para Bill Blair, que acabaria por vencer a corrida.

 

Vale a pena ainda destacar que nesse fim de semana a corrida da Modified Stock ter tido 136 (!!!) carros competindo em Daytona.

Foi o maior grelha de partida alguma vez conseguida em qualquer categoria da NASCAR .

Já agora, o vencedor foi Cotton Owens.

 

Em 1954, Tim Flock inovou, sendo o primeiro piloto da história da NASCAR a usar o rádio para falar com a sua equipa.

Flock venceu essa corrida, mas foi desclassificado por um problema tão pequeno que foi o bastante para ser classificado como impossível de descobrir!!!

Lee Petty, depois de bater Buck Baker na luta pelo 2º lugar no final da corrida, acabou por ser declarado vencedor.

 

Tin Flock, vencedor em 1955

Tin Flock, vencedor em 1955

 

Em 1955, Fireball Roberts venceu a corrida, mas foi desclassificado por uma das válvulas do motor estarem 0,016 polegadas (!) acima do permitido e no final, acabou por ser Tim Flock quem levou o troféu para casa, o mesmo que tinha perdido ao ser desclassificado no ano anterior.

 

Em 1956, Tim Flock venceu novamente, liderando praticamente todas as voltas da corrida, mas vale a pena lembrar que ele correu com o carro que era um Chrysler de propriedade de Cark Kiekhaefer.

Kiekhaefer era dono de uma construtora de motores de popa, a Kiekhaefer Marine (mais tarde, Mercury Marine), que até forneceu motores de popa na 2ª Guerra Mundial.

Daytona tal como a conheçemos

Daytona tal como a conheçemos

A corrida também marcou a entrada do primeiro afro-americano na NASCAR, Charlie Scott, que também competiu com um Chrysler de Carl Kiekhaefer.

 

Em 1957, Cotton Owens venceu pela 1ª vez na NASCAR, depois de lutar a corrida toda com Paul Goldsmith em Daytona Beach e levando a Pontiac à sua primeira vitória na categoria.

Esta corrida de Daytona, também marcou pela 1ª vez, uma média de velocidade numa corrida da NASCAR acima de 100 mph (101,5 mph).

 

Em 1958, Paul Goldsmith venceu em Daytona Beach com um Pontiac preparado por Smokey Yunick, um dos melhores mecânicos de sempre da história da NASCAR, que está inclusive no Hall of Fame da Nascar.

 

Essa foi a última corrida realizada no circuito de Daytona Beach, William France tinha um projecto desde de 1953 que consistia  num circuito onde todas as pessoas ficassem num lugar, em vez de espalhadas pelo circuito sem que o pudessem ver na totalidade e como os hotéis surgiam que nem cogumelos ao longo da praia, acabou por construir uma SuperSpeedway de 2,5 milhas, tinha nascido Daytona International Speedway onde em 1959 foram realizadas as primeiras 500 milhas de  Daytona, dando assim por terminado o capitulo das corridas em Daytona Beach.

 

 

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