Os pneus da Nascar

E com este artigo, chegamos ao último capitulo dedicado aos componentes que fazem um stock car.

Como não poderia deixar de ser, este, é o pneu.

Medindo a temperatura nas várias partes do pneu

Pneus, que para além de serem redondos, nada mais têm em comum com os que são usados nos nossos carros.

Porque grande parte do calendário da Nascar disputa-se em ovais onde as velocidades são extremamente elevadas e daí o perigo dos rebentamentos serem ainda maiores e perigosos, estes pneus têm características muito especiais, entre elas a estabilidade, dureza, tracção e capacidade de curvar rapidamente.

Uma outra característica destes pneus, é o uso por parte das equipas de nitrogénio em vez do ar, isto porque, tendo o nitrogénio menos humidade que o ar, com o aquecimento do pneu, este ao evaporar, não irá aumentar e expandir tanto, não aumentando assim, a pressão dentro do pneu.

Ineer and outer tires

Também porque pequenas mudanças da pressão dos pneus, pode afectar grandemente o virar dos carros, a opção do nitrogénio dá às equipas um maior controlo quanto ao aumento da pressão quando o pneu aumenta a sua temperatura.

Pneus interior e exterior (  Inner and Outer Tires )

Em ovais com mais que uma milha ( 1,6 km ), porque as velocidades aumentam bastante, chegando com facilidade às 200 milhas ( 320 km ), a Nascar obriga a que o pneu tenha um revestimento interno, ou seja, um pneu dentro do pneu exterior por motivos de segurança, assim, em casos de rebentamento deste, o carro continuará a poder deslocar-se para as boxes, sem que tenha grandes danos.

Para cada oval, a Nascar é quem regulamenta qual o composto a ser usado, dependendo de vários factores, são eles a aderência e a superfície da pista.

Quanto à aderência, tem a ver com a borracha usada na construção do pneu, ou seja, um composto mole implica mais aderência, mas também, menor durabilidade.

Quando chove, não há corrida

Porque uma corrida da Nascar é composta de várias idas às boxes para reabastecimento, o objectivo é que estes aguentem pelo menos entre duas dessas paragens, dando a possibilidade às equipas de mudar também os pneus.

A superfície da pista é o outro factor, aliás é este que determina a dureza do pneu, isto porque  as pistas são todas diferentes, seja na superfície em si, asfalto ou cimento, número de curvas e o seu ângulo, ou ainda a inclinação do banking.

A superfície destes pneus é lisa, não tem os rasgos que costumamos ver nos pneus dos carros do dia a dia.

Ao contrário do que possa parecer, a verdade é que, porque tem mais superfície em contacto com o solo, o pneu vai ter uma maior aderência.

Excepto na Nationwide Series

Finalmente, porque a maior parte das ovais têm banking, não há corridas há chuva, logo os pneus com rasgos, melhores para este tipo de condições atmosféricas, não são usados.

Uma outra razão para não haver corridas à chuva, tem a ver com o facto de serem apenas duas em 36, as corridas em circuito convencional, daí o não investimento da Goodyear no desenvolvimento dum pneu de chuva para estes carros.

No entanto, na Nationwide Series, a 2ª divisão da Nascar, existem corridas à chuva nos circuitos !!!

O bailado da troca de pneus

Para terminar, temos o “bailado”, ou melhor, a troca de pneus nas boxes quando os carros de competição têm de reabastecer.

Em boa parte das corridas de automóveis noutras categorias, elas também existem, no entanto, as da Nascar são do outro “mundo”, isto porque a forma como são feitas, acabam por ser uma marca desta modalidade, sendo executadas da mesma maneira praticamente desde o seu inicio.

Apesar de privilegiarem o esforço humano, demoram entre 12 a 14 segundos e nesse espaço de tempo, 16 porcas são desapertadas, sendo substituídas por outras tantas, que têm a particularidade de estar coladas à jante para não caírem.

Este bailado é feito actualmente por 6 membros da equipa, quatro para as trocas de pneus, um para usar o macaco pneumático e outro no reabastecimento.

Com o video em baixo, onde poderemos ver uma paragem nas boxes em plena corrida, mas também a sua preparação, termina assim esta jornada de cinco artigos que começou com a construção do quadro dum stock car, passando pelo corpo e a escolha do melhor para cada tipo de oval, sem esquecer o motor e terminando nos pneus.

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