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Salut Gilles Villeneuve

Já lá vão 32 anos desde que Gilles Villeneuve nos deixou, ainda assim, não há um dia que não me lembre de ti.

 

Gilles Villeneuve

Gilles Villeneuve

 

Segundo estudos feitos pelos especialistas da matéria, geralmente os fãs têm tendência para escolher o seu piloto, equipa ou clube, principalmente se tiver o hábito de vencer, afinal, quem não quer fazer parte da equipa ganhadora !!

 

No entanto, não foi essa a razão porque escolhi Villeneuve como o meu piloto e a razão é muito simples, basta olhar para a foto de capa deste artigo, ele fazia o que os outros nem sequer sonhavam ser possível de fazer e deixava-nos a sonhar.

 

Como que a concordar comigo, Jacques Laffite, sobre ele disse, “Nenhum ser humano consegue fazer milagres, mas Gilles fazia-nos pensar”

 

Infelizmente deixou-nos cedo, demasiado cedo e eu, ao fim de 3 anos a ver corridas de Formula 1, fiquei órfão para sempre.

 

Tenho, portanto, 35 anos de corridas às costas, desde Formula 1 aos rallys, passando pela resistência, turismo e stocks cars e, sinceramente, não encontrei um piloto que me fizesse sonhar como o canadiano.

 

Zandvoort em 1979

Zandvoort em 1979

Olhando para a sua carreira, teve apenas 6 vitórias em 67 grandes prémios disputados, mas acreditem, não foram as vitórias que o tornaram famoso.

 

O duelo que teve com René Arnoux em 1979 no circuito de Dijon, ou o 3º lugar no Canadá em 81, num circuito completamente encharcado e sem a asa dianteira no seu Ferrari, são inesquecíveis.

 

E que dizer do GP do Mónaco em 80, quando a conduzir um Ferrari, que de competitivo não tinha nada, quando um chuveiro caiu na parte final desse GP, era mais rápido que a concorrência 5 segundos em pneus de seco.

 

E que tal 10 segundos a Jody Scheckter nos treinos livres para o GP dos EUA Este, sob chuva torrencial !!

 

GP do Canadá em 1981

GP do Canadá em 1981

Inesquecível foi também, a sua ida para as boxes no circuito de Zandvoort em 79, com um Ferrari que foi perdendo peças devido à velocidade com que se dirigia para lá, na ânsia de poder voltar para a pista e, se calhar, na cabeça dele, ainda lutar pela vitória.

 

Não dá para esquecer, vê-lo sentado no seu Ferrari, no seu espaço de box, à espera que os mecânicos da Ferrari colocassem um pneu traseiro novo para voltar para a pista, enquanto eles olhavam incrédulos para o monolugar, que já nem sequer suspensão tinha.

 

Também eu esperava que os mecânicos arranjassem o Ferrari, afinal o que era um grande prémio sem ele a competir e assim que o vi sair do cockpit, desliguei a televisão, para mim era demais.

 

Dijon em 1979

Dijon em 1979

Podem imaginar a alegria que foi, vê-lo a vencer no Mónaco em 81 e logo no GP seguinte, em Jarama, com um verdadeiro recital de condução, em que ninguém se atreveu a ultrapassá-lo, enquanto conduzia um Ferrari que ele alcunhou como, o grande Cadillac vermelho.

 

É certo que nesse GP, tinha o monolugar mais rápido em recta, mas também tinha o mais lento em curva e no entanto, manteve atrás e sem uso de malabarismos a que estamos hoje habituados, vários pilotos com monolugares bem mais rápidos que o dele durante mais de 50 voltas.

 

A lista das suas facetas em pista é tão grande, que conquistou o coração de milhões de fãs, sendo ainda considerado, como um dos melhores pilotos de Formula 1 de sempre.

 

Long Beach em 1982

Long Beach em 1982

Jody Scheckter, seu colega de equipa, melhor que ninguém, sabia o que dizia quando sobre ele disse que, “era o o piloto mais rápido do mundo que a Formula 1 alguma vez tivera“.

 

Também Alain Prost, que com ele teve oportunidade de cruzar no inicio da sua carreira, sobre ele disse, ” o último grande piloto, nós somos apenas um punhado de bons profissionais”.

 

É claro que Prost, quando disse essas palavras, ainda não tinha conhecido o grande Ayrton Senna, no entanto, fica a admiração que os seus adversários tinham por Villeneuve.

 

Também Ayrton Senna conquistou milhões fãs e também aqui, a arte de conduzir um Formula 1 mais depressa que os outros, fez a diferença, é aí que eles são “iguais”.

 

Mónaco em 1981

Mónaco em 1981

A grande diferença entre o brasileiro e o canadiano, é que o brasileiro teve monolugares capazes de lhe darem títulos, enquanto Gilles, tirando em 79, ano em que foi vice-campeão, teve de deixar o titulo maior para o seu colega de equipa, porque segundo Enzo Ferrari, ele ainda era novo e tinha muito tempo para o ser.

 

Infelizmente, nunca mais teve um Ferrari capaz de lutar consistentemente por vitórias e títulos, conseguindo apenas pelo seu virtuosismo, mostrar a sua raça.

 

Em 82, quando finalmente parecia ter um Ferrari capaz de vencer, quis o destino que ficasse para sempre parado em Zolder, enquanto se qualificava para o GP da Bélgica.

 

Corrida dos campeões, Brands Hatch, 1979

Corrida dos campeões, Brands Hatch, 1979

Também aqui, Villeneuve e Senna foram iguais, deixaram-nos a fazer o que mais gostavam.

 

Como devem imaginar, não foi fácil escrever este artigo, as palavras não apareciam, nenhuma era suficientemente boa para expressar o que sentia ou mostrar as qualidades dum piloto que para mim, é e será para sempre, o melhor.

 

Ficam 2 posteres em baixo da carreira de Gilles Villeneuve, posteres esses, que me fizeram companhia na minha juventude e que ainda hoje os guardo religiosamente.

 

Salut Gilles !!

 

2637

O 1º poster

2638

O 2º poster

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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