De sul para norte sem passar pelo centro
Ontem, 4ª feira dia 10 de Julho, foi confirmado pelo ACP que o Rally de Portugal, edição 2015, iria voltar ao norte do país, deixando o sul, onde esteve sediado nos últimos 10 anos.
Quando vi a noticia, o meu primeiro sentimento foi de alegria, afinal de contas, com o rally a realizar-se mais perto de minha porta, poderia pensar em voltar a ver de novo os WRC a competir.
É claro que para um fã aguerrido dos slides do WRC, provavelmente a distância não será problema, até porque são muitos os que tiram uns dias de férias para ir atrás dele.
Sendo fã deste tipo de desporto, tendo inclusivamente feito várias excursões à zona de Arganil durante alguns anos, a verdade é que não agarro na trouxa e vou ao norte ou sul para ver estes carros a competir, mas isso é um “problema” meu.
Voltando à noticia, qual não é o meu espanto, quando li que a edição 2015 não vai sair da zona norte, não passando sequer para baixo do Rio Douro, ou seja, não só a famosa zona de Arganil foi “esquecida”, como ainda, a de Viseu.
Segundo Carlos Barbosa, Presidente do ACP, a razão apontada para não incluir os famosos troços da zona de Arganil foi que, “Não vamos ainda para a zona centro devido à regra da FIA que exige que o percurso das provas do WRC tenha determinada percentagem de troços versus ligações e se pode existir a possibilidade de uma derrogação, uma excepção, como sucede noutras provas do Mundial, a verdade é que para já vamos ver como corre o rali de 2015, se correr bem, em 2016 vamos tentar ‘puxar’ mais o rali e ir às míticas especiais de Arganil”
Fiquei sem perceber a razão apontada, principalmente porque o Rally da Polónia, realizado à poucas semanas e de volta ao calendário do Mundial, ou seja, um novato para todos os efeitos, “andou” que se fartou, tendo inclusivamente feito classificativas na Lituânia.
E o Rally de Portugal 2014, que teve a super-classificativa de abertura em Lisboa, para depois se deslocar para o sul onde se realizou o resto do rally !!
Ainda foram uns quilómetros de ligação, bem mais que a distância de ida e volta entre Matosinhos, futura sede do Rally de Portugal e Arganil.
Sinceramente não compreendo, não só “obrigam” os fãs do centro a deslocar-se para norte, como, pior ainda, conduzem o rally para a zona mais longínqua do sul, aquela que tão bem soube tomar conta do rally de todos os portugueses.
Serão os fãs do norte melhores que os do centro e sul ?
Não acredito, quando se trata de dar ao slide, a paixão é a mesma.
Serão as classificativas do norte mais espectaculares ?
Certamente que são muito empolgantes, mas não têm a dureza das da zona de Viseu e os desafios do nevoeiro da zona de Arganil e muito menos a sua quilometragem.
Enfim, assim se perde uma boa oportunidade para se fazer justiça ao “verdadeiro” Rally de Portugal
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