As fotos do fim de semana

Este foi um daqueles fins de semana de corridas que irá tornar-se inesquecível ou não tivesse sido tocado o hino nacional porque um piloto português venceu um grande evento desportivo.

Aconteceu no circuito de Mugello, onde se realizou o gp de Itália de Moto GP, com Miguel Oliveira a cortar a meta em 1º lugar na classe Moto 3.

Daí o destaque do jovem piloto na capa deste artigo, mas a verdade é que durante o fim de semana houve mais corridas, entre elas as outras classes da MotoGP em Mugello, a Nascar em Dover, o USCC e Indycar Series em Detroit e ainda o DTM em Lausitzring.

E foi na 6ª feira à noite que tudo começou,

com a Truck Series pronta para dar 200 voltas à oval com 1 milha de Dover.

Sou sincero, não sou grande fã desta oval, mas as carrinhas e depois as outras divisões da Nascar, mostraram que podem haver corridas muito boas neste “local”.

3 lado a lado,

 pilotos chateados uns com os outros, neste caso Jennifer Jo Cobb com aquele que viria a ser o vencedor, Tyler Reddick, por este a ter “ajudado” a ir ao muro

 e estratégia nas boxes, com a escolha na parte final da corrida entre 2 ou 4 pneus,

foram os argumentos para manter qualquer fã nascariano pregado ao écran. 

No final acabaria por vencer o jovem T. Reddick, reforçando a sua candidatura ao titulo neste campeonato, diminuindo a desvantagem que tem para Matt Crafton em 1º, havendo agora 14 pontos entre eles, com Erik Jones a 11 e em 2º.

Os pilotos das carrinhas voltam ao serviço no próximo fim de semana na oval do Texas.

Já no sábado e depois no domingo, foi tempo do DTM e 2 corridas em Lausitzring.

Por aqui, quem “apostou” em Jamie Green, fez a aposta certa porque venceu ambas as corridas.

Edoardo Mortara na 1ª,

e Mattias Ekstrom na 2ª,

foram impotentes para evitar que o piloto inglês cruzasse a meta em 1º, aproveitando este ainda para ampliar a sua vantagem nos pontos, que é agora de 17 para o piloto sueco e italiano.

Quanto à Mercedes e BMW, para além de andarem às turras, mostraram que não tiveram andamento para os Audis da frente, sendo de esperar que na pista de Norisring a 28 de Junho, a “vingança” seja servida em prato frio.

Era bom que assim fosse e mais ainda, que um dos “cabeça de lista” fosse António Félix da Costa, que necessita de mostrar serviço urgentemente porque um 19º na 1ª corrida e um 12º na 2ª, para além de não darem pontos, acabam por mostrar que foi apenas mais um a fazer número.

Enquanto começava a 1ª corrida do DTM em Lausitzring, começava também a ronda do USCC em Detroit, mais propriamente no circuito de Belle Isle. com os protótipos, protótipos/challenge e os GTD de serviço.

Até parecia que ia ser uma vitória fácil do Corvette DP nº5 da Action Express, depois do domínio exercido por Christian Fittipaldi na 1ª parte da corrida, mas a verdade é que desta vez João Barbosa esteve abaixo do que é capaz. 

Conservadorismo por um lado, levando à perda do 1º lugar num resart e excessos pelo outro, levando a um pião na última volta quando lutava por essa posição, acabariam por colocar a dupla luso/brasileira no 3ª lugar, que, sendo “mau”, tendo em conta que tinham o melhor protótipo nesta corrida, foi suficiente para voltar à 1ª posição nos pontos, ainda que empatados com Michael Valiante/Richard Westbrook no Corvette DP nº90.

Ficou a vitória para quem não cometeu erros, sabendo ser bravo quando foi necessário, daí assentar que nem uma luva ao Corvette DP nº31 de Eric Curran/Dane Cameron, que assim colocam o segundo Corvette da Action Express também na luta pelo titulo.

Nas outras classes, começando pela PC, o vencedor foi o Oreca nº8 da dupla Renger Van der Zande/Mirco Schultis,

enquanto nos GTD, o vencedor foi o Porsche 911 GT América nº23 de Ian James/Mário Farnbacher.

GTs e protótipos voltam a estar de serviço no dia 28 de Junho com as 6 horas em Watkins Glen.

Ainda no sábado e já com a corrida do USCC concluída, a Xfinity Series preparava-se para dar 200 voltas em Dover.

Até parece que este fã preferiu a sombra das bancadas para colocar o sono em dia, mas se o fez, 

então perdeu uma grande corrida porque esta foi, tal como a das carrinhas, muito interessante de seguir.

Ainda a corrida mal tinha começado e já haviam cabeçadas, com Brian Scott no chevy nº2 a sofrer uma tremenda dor de cabeça, ou não fosse um dos candidatos ao titulo de pilotos deste campeonato.

Mais acidentes houve que levavam ao compactar do pelotão e a novos resarts,

promovendo ainda vários tipos de estratégia,

e neste capitulo quem esteve bem foi a equipa do ford nº60 de Chris Buescher, colocando-lhe combustível suficiente para terminar a corrida em 1º, não sem antes afastar o seu colega equipa Darrel Wallace Jr fora do caminho, ficando este a ver navios na 17ª posição.

Não sei como foi a reunião entre os dois pilotos e Jack Roush na 2ª feira, o que sei é que C. Buescher com esta vitória, ampliou para 15 e 37, a vantagem que tem para Ty Dillon e Chase Elliott no campeonato.

Também sei que a bandeira de xadrez vai ser oferecida ao vencedor na próxima corrida que será na oval de Michigan no dia 13 de Junho.

Andavam os stock cars da Xfinity às voltas em Dover e os Indycars preparavam-se para a 1ª de 2 corridas do fim de semana no circuito de Belle Isle.

A corrida de sábado até parecia talhada para os pilotos da Penske,

mas com o sol a desaparecer por entre as nuvens negras e a chuva a começar a cair, veio o caos com Tony Kanaan e Graham Rahal a serem algumas das vitimas da pista encharcada.

Mau tempo esse que acabaria por terminar a corrida mais cedo, dando a vitória a Carlos Munoz, não porque chovesse copiosamente, mas porque a trovoada que se começava a fazer sentir, poderia colocar alguém em perigo.

Já no domingo, sem relâmpagos, mas com a chuva a cair insistentemente por alturas da qualificação, foi “oferecida” a pole position a Juan Pablo Montoya por virtude de ser o 1º nos pontos.

E até nem se pode dizer que a corrida tenha corrido mal ao colombiano, não só porque terminou a corrida, ainda que em 10º e sem pinga de combustível no tanque, mas porque os seus principais adversários no campeonato, Will Power, Helio Castroneves e Scott Dixon foram todos ao muro, daí não ser de admirar que saísse da ilha mais 1º nos pontos, tendo agora 19 de vantagem para o australiano em 2º e 63 para o neozelandês em 3º.

Quanto ao vencedor, também ele sem pinga de combustível no tanque, foi Sebastien Bourdais que soube poupá-lo por alturas das bandeiras amarelas que vinham aparecendo ao sabor dos acidentes provocados por uma pista que, apesar de vir secando, não deixava de ser traiçoeira.

Com esta vitória o piloto francês coloca-se em 6º e na rota do titulo, tendo mais uma oportunidade para se aproximar dos outros candidatos à segunda hora do próximo domingo na oval do Texas.

Já no domingo, com um sol resplandecente e cheio de sorrisos, foi tempo das 2 rodas darem show no circuito de Mugello, palco do gp de Itália, 6ª prova do calendário.

Primeiro foi a vez da Moto3 mostrar serviço, acabando por ser a melhor das 3 corridas do fim de semana.

A melhor por 2 razões, a 1ª porque a batalha pela 1ª posição foi uma constante durante toda a corrida

e a 2ª porque Miguel Oliveira foi o melhor de todos,

conseguindo aquela que se espera ser a 1ª de muitas vitórias no mundo das corridas de 2 rodas a nível mundial.

Para além de fazer ouvir o hino nacional em Itália, Miguel Oliveira subiu ao 4º lugar nos pontos, tendo agora 66, menos 58 que Danny Kent em 1º, menos 22 que Enea Bastianini em 2º e menos 1 que Romano Fenati em 3º.

Depois da Moto3 foi a vez da Moto2 e por aqui o campeão em titulo, Tito Rabat bateu Johann Zarco por uma unha negra, aproveitando o balanço para saltar para a 2ª posição do campeonato com 78 pontos, menos 31 que o 2º classificado na corrida e mais 10 que Thomas Luthi que ficou pelo caminho. 

Para terminar o gp de Itália, só faltava a classe rainha e por aqui foi mais um show de Jorge Lorenzo que não teve adversários que acompanhassem o ritmo imposto pelo espanhol.

O campeão Marc Marquez ainda tentou dar-lhe caça, mas o melhor que conseguiu foi ir ao chão, quanto à Ducati houve sentimentos contraditórios porque Andrea Dovizioso desistiria com problemas mecânicos, sendo compensada pelo outro Andrea, o Iannone, que terminaria em 2º, à frente da Yamaha de Valentino Rossi.

Por falar em Valentino, tem de dar corda às “sapatilhas” se não quer perder a 1ª posição nos pontos, visto que os 6 que tem de vantagem para J. Lorenzo podem ser suplantados no circuito de Barcelona a 14 de Junho, por alturas do gp da Catalunha.

Suplantado ou não, uma coisa é certa, aconteça o que acontecer na Catalunha, a Yamaha vai continuar a ter um piloto seu na  1ª posição depois desse grande prémio.

Para terminar o fim de semana de corridas só faltava mesmo a Cup Series em Dover.

Com Denny Hamlin a sair da pole position e com Martin Truex Jr a seu lado, assim começou a corrida que teve estes dois pilotos como grandes protagonistas na 1ª metade da corrida.

Esta foi a fase chata, com o piloto do toyota nº11 a liderar 118 voltas, enquanto o piloto do chevy nº78 liderou 131.

Enquanto aqueles dois dominavam, Trevor Bayne haveria de ser um dos vários pilotos que iriam experimentar a robustez dos muros de protecção.

Depois de Trevor, já perto do final, haveria então de ser a vez de Denny Hamlin, os irmãos Busch e mais uns quantos,

proporcionando jogadas estratégicas que não iriam levar a lado nenhum,

ou não estivesse na frente da corrida, quem melhor sabe vencer em Dover.

Pois é, chama-se Jimmie Johnson, 6 x campeão

e agora 10 x vencedor nesta oval.

Com nºs destes não há nada a dizer, nem mesmo os fãs de Jeff Gordon, que enquanto se vão despedindo e agradecendo ao seu piloto pelos muitos anos nestas andanças, vão ter de esperar pela oval de Pocono, já no próximo domingo, para o ver tentar a vitória naquele que é o seu último ano na Cup Series. 

Será que vai ser desta ??