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Absolutamente fantástico

Quando soube que as carrinhas da Truck Series iriam até Eldora Speedway, para uma prova em terra batida, algo que já não acontecia à mais de 40 anos, o meu primeiro pensamento foi, tem de bater certo.

 

Foi assim durante as 150 voltas da prova

Foi assim durante as 150 voltas da prova

 

O que vi ontem, não só bateu certo, como foi uma das melhores provas do ano, em qualquer tipo de categoria do desporto automóvel e acreditem, desde monolugares, stockc cars, turismo, motas e endurance, corro-as quase todas.

 

Foi sem dúvida uma prova absolutamente fantástica, valeu a pena ter ficado acordado até tão tarde, para ver estas carrinhas em constantes slides, a tocarem-se umas nas outras, enfim um sem número de peripécias que não tem fim.

 

Darrel Wallace Jr, nº54 e Jeb Burton

Darrel Wallace Jr, nº54 e Jeb Burton

Eldora Speedway é uma pequena oval de o,5 milhas em terra batida, fica no meio de campos agrícolas, no Estado do Ohio, as suas bancadas principais, ainda são em madeira e muitos fãs teriam que se sentar na relva, para poderem ver a prova, ainda assim, estava a abarrotar e não eram só os fãs das redondezas que tinham respondido ao “convite”, haviam-nos de 48 dos 50 Estados do país, como podem ver a ansiedade para esta prova era imensa.

 

Só 30 das 36 carrinhas iriam ter direito a participar na prova, 20 desses 30 lugares estavam destinados aos pilotos da Truck Series que tinham os seus donos, nos 20 primeiros nessa tabela de pontos, os outros 10 lugares, eram para os pilotos que conseguissem atravessar com êxito, o processo de qualificações que eram, para começar, pequenas provas de 8 voltas e no final, uma última prova de 15 voltas para repescar mais 5 pilotos.

 

Dillon, Larson e Peters

Dillon, Larson e Peters

Os pilotos vinham de várias Series, a Truck, como não poderia deixar de ser, a Nationwide,  Cup Series, e outras, que têm na terra batida, o seu terreno de eleição.

Iriam “sobreviver” os pilotos da Truck, face aos especialistas, era a grande questão.

 

Depois das corridas de qualificação, que foram um óptimo aperitivo para o que vinha a seguir, temia-se que a competição em si, sofresse um pouco, com o facto de que apenas a linha mais perto do muro, seria a privilegiada pelos pilotos, o que iria tornar muito difícil as batalhas por posição, apenas os mais arrojados e experientes nestas andanças, saberiam como a fazer.

 

Austin Dillon a comemorar a vitória

Austin Dillon a comemorar a vitória

Mas, felizmente não foi assim, quando se deu inicio ao primeiro segmento de 60 voltas, havia carrinhas por todo lado, o espectáculo era incrível.

 

Os especialistas de imediato começaram a subir na qualificação, dois deles destacavam-se, Kyle Larson, que partia em 13º e Austin Dillon, em 19º. Também Ryan Newman, o único piloto da Cup Series, mostrava o seu à vontade neste tipo de superfície, mas a maior surpresa era Timothy Peters, sem qualquer experiência, apenas as voltas nos treinos livres, umas horas antes e o piloto dava bem conta do recado, chegando a liderar a prova.

Mas, mais tarde ou mais cedo, Larson e Dillon acabariam por chegar ao comando, a batalha pela vitória na prova, adivinhava-se entre os dois jovens pilotos.

 

Let´s go dirt racing boys

Let´s go dirt racing boys

O primeiro segmento, entretanto chegava ao fim, Dillon terminava em primeiro, depois de aproveitar as dificuldades que Larson teve, em ultrapassar pilotos que estavam prestes a ficar com menos uma volta.

Uma ida às boxes para troca dos 4 pneus, reabastecimento e algumas alterações nas afinações e estavam prontos para mais 50 voltas, que seria o 2º segmento, em que os pilotos iriam partir, na mesma posição em que terminaram o segmento anterior.

 

 

Mais 50 voltas de plena emoção, Dillon, Larson, Dave Blaney, e Newman, davam uma grande espectáculo lá na frente, no pelotão era confusão até dizer chega, toques por todo lado, eram o prato do dia, mas por incrível que pareça, não havia acidentes ou despistes, no entanto a prova tinha que parar de vez em quando, para tirar pedaços de carrinhas que voavam devido às batalhas que se travavam, eram perigosas e podiam cortar pneus , o que numa oval tão pequena, em que todos os pilotos andam tão juntos, poderia ser catastrófico.

 

o jovem Wallace a lutar com o veterano Kenney Wallace

o jovem Wallace a lutar com o veterano Kenney Wallace

 

Fim do 2º segmento e Dillon na frente, seguido de Larson e Newman.

Mais uma paragem nas boxes e os pilotos estavam prontos, para o último segmento de 40 voltas, tinha chegado a hora do tudo ou nada.

 

E foi mesmo tudo ou nada, Dillon, Larson e Newman estavam ocupados entre eles, os dois últimos sempre à espreita de uma oportunidade e o da frente, com uns décimos de vantagem, lá ia conseguindo manter-se na linha ideal, dificultando-lhes a vida ao máximo.

Mas não era só na frente que a luta era intensa, mais atrás e para qualquer posição, eram 3, ou 4 pilotos que a desejavam, era difícil, mas o pontinho a mais, valia a pena o risco.

Dillon, Newman e Larson, perto do fim

Dillon, Newman e Larson, perto do fim

Até que, finalmente, com a batalha tão intensa, alguém se despista devido a um toque por trás de outro e a confusão acontece, 2 carrinhas ficam de fora, mas a corrida ia continuar.

 

E quando faltavam 3 voltas, eis que a bandeira amarela surge de novo, destroços de mais uma batalha eram a razão, a prova iria terminar com um, ou mais Green-White -Chequers, pelo menos mais duas voltas para os pilotos tentarem mais uns ganhos de posição.

 

Quantos pilotos conseguiram fazê-lo, não o sei dizer, era impossível, tal era a loucura que se passava na pista, mas o vencedor, esse, foi Austin Dillon, que aguentou os ataques de Larson e Newman, para se tornar o vencedor da primeira prova, em mais de 40 anos, da Nascar em terra batida.

Os resultados da prova poderão ser encontrados  AQUI  .

 

Em termos de campeonato, é preciso não esquecer, que isto era uma prova que dava pontos, Matt Crafton aguentou-se, tal como a maioria dos pilotos dessa Series, no entanto, o azar bateu à porta de Johnny Sauter, que depois de se ver envolvido numa carambola, teve que desistir, sendo o piloto que mais sofreu, com esta passagem pelo mundo da terra batida.

 

Ficaram assim os 10 primeiros na tabela dos pontos:

 

  1. Matt Crafton – 393 pontos;
  2. Jeb Burton -345;
  3. James Buescher – 342;
  4. Ty Dillon – 337;
  5. Johnny Sauter – 320;
  6. Timothy Peters – 320;
  7. Brendan Gaughan – 319;
  8. Ryan Blaney – 319;
  9. Darrel Wallace Jr – 309;
  10. Miguel Paludo – 308

 

A próxima prova será já no próximo fim de semana, onde os pilotos irão até à gigantesca oval de Pocono, para mais uma batalha, só que desta vez, será num asfalto que mais parece uma mesa de bilhar.

 

Fica agora a questão, o que é que a Nascar vai fazer, depois de tamanho sucesso, vai repetir a dose para o ano e quem sabe, até trazer mais uma oval de terra para o circuito, vai experimentar a Nationwide Series na terra batida ??

 

São questões que ficam no ar, mas que a imprensa e os fãs, vão querer uma resposta.

 

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