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Os patrocinadores

Desde que me lembro  ver corridas de automóveis, sempre houve algo que se destacou e não me refiro às capacidades do piloto, ou à potência do motor, mas às linhas do carro e à forma como estava pintado, ou coberto de autocolantes.

 

A Martini com a Lancia

A Martini com a Lancia

 

Ainda hoje, quando é apresentado um carro de competição, seja ele de rallies, turismo, ou de Formulas, o primeiro olhar vai para a forma com está decorado, é que esta pode dizer muita coisa, por exemplo a Honda estreou-se no WTCC  este ano e embora já soubesse que a equipa que os iria colocar em pista, iria ter o apoio oficial da Marca, ao ver as cores da Castrol, ficou a sensação que, pelo menos dinheiro, não iria faltar para desenvolver a máquina, de forma a que fosse competitiva, quando chegasse a hora de ir para a pista.

 

A Marlboro com a McLaren

A Marlboro com a McLaren

Voltando agora um pouco atrás no tempo, quem não se lembra das marcas de tabaco nos monolugares da Formula 1, nos protótipos das 24 horas de Le Mans, nas motas de 500 cc, ou das cores da Martini a patrocinarem a Lancia nos rallies.

Hoje, no entanto,  o panorama é um pouco diferente, o tabaco foi forçado a sair de cena e foi substituído pelas bebidas energéticas e quando olhamos para um piloto com as cores da Red Bull, ou Monster energy, sabemos que esse piloto, por principio, tem uma máquina competitiva.

 

Embora a essência do desporto, seja a competição em si, a verdade é que sem os autocolantes das várias companhias, seja no carros, motas ou pilotos, sem esta componente, a verdade é que o desporto automóvel morria, é que são elas que providenciam boa parte do dinheiro necessário, para manter uma equipa no “negócio” das corridas.

 

A Rothmans com a Porsche

A Rothmans com a Porsche

Não precisamos de ir muito longe, para um piloto português singrar neste mundo extremamente competitivo, precisa de um saco de notas às costas, de forma a conseguir um lugar numa equipa competitiva e daí, ser mais fácil, mostrar as suas capacidades.

Quantos se perderam, ou tiveram de seguir a sua carreira por outros caminhos que não o seu originalmente planeado.

Álvaro Parente salta-me de imediato à memória, quando com a falta de apoios e apesar de ser um dos melhores no plantel da GP2, não conseguiu saltar para a Formula 1.

Felizmente que outros olharam para as suas capacidades e recrutaram-no, sendo considerado um dos melhores nos GTs, com a marca McLaren associada à sua imagem e hoje tem como colega de equipa Sebastian Loeb, que o contratou por saber, que é dos melhores naquilo que faz.

António Félix da Costa e a sua ligação à Red Bull

António Félix da Costa e a sua ligação à Red Bull

Felizmente também existe o contrário, se António Félix da Costa conseguir um lugar na F1 no próximo ano ao volante do Toro Rosso, também sabemos que é graças à Red Bull, que viu no jovem português uma óptima “ferramenta” para colocar o seu “produto” no top.

 

Só para terminar este capitulo de pilotos portugueses e os patrocinadores, existe um, João Barbosa, que é quase um perfeito desconhecido para a maior parte dos portugueses, por andar num campeonato que se disputa noutro continente e que, por via disso, não aparece na TV, ou nos jornais e, no entanto, é um dos melhores, elevando já este ano, por duas vezes, a bandeira portuguesa ao mastro mais alto do pódio.

Parente/Loeb

Parente/Loeb

 

É claro que há muitos mais exemplos no capitulo português e não só, quantos pilotos se perdem por falta de apoio, também é verdade que só há 22 lugares na grelha de partida da F1, logo têm que escolher outras paragens.

 

Mas não são só os pilotos que sofrem do síndroma da falta de €€€, ou $$$, também as equipas, que o digam a Lotus e a Sauber que andam na boca do mundo, por não “pagarem” o que devem, seja aos pilotos, seja aos seus fornecedores.

 

 

 

 

Se a primeira palavra, que nos vem à cabeça, é calote, a verdade, é que estas equipas, depois sofrem na pista, não conseguindo desenvolver as suas máquinas, para estarem à altura das melhores, que por terem grandes patrocinadores e mesmo, as próprias marcas por trás, acabam por sobressair.

 

Dois bons exemplos são a Mercedes e a Red Bull, a primeira através da marca de automóveis, a segunda através da criação da sua própria equipa, para se bater com os grandes.

 

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E os resultados estão à vista, a Red Bull, depois de uns anos no meio da tabela, tem dominado a Formula 1 com um piloto, que ela própria formou, quanto à Mercedes, o investimento feito, começa agora a trazer frutos, são já 3 as vitórias este ano e parece ser a única capaz de dar luta à Red Bull.

 

 

Mas existem outras formas de patrocínio, empresas há, que preferem colocar o seu nome, nos placards de publicidade ao longo dos circuitos.

 

 

US Army contra a National Guard

US Army contra a National Guard

Outras dão o seu nome à corrida, por exemplo a Coca Cola com as Coca Cola 600, que se disputa em Charlotte, ou a Coce Zero 400, em Daytona, ou mesmo, as 24 horas de Daytona com a Rolex.

 

Mas há mais, a Indycar é patrocinada pela Izod, um companhia de vestuário,a Cup Series, por uma companhia de telecomunicações, a Sprint e a 2ª divisão da Nascar, por uma seguros, a Nationwide.

Para finalizar este capitulo, temos as companhias de pneus, cada uma com o “seu” campeonato, é o caso da Pirelli na F1, a Goodyear na Nascar, a Michelin nos Rallies, a Dunlop nos V8 Supercars, a Bridgestone na MotoGP, enfim, é um mundo que não acaba, é que sem os pneus, ninguém vai a lado nenhum, sejam os pilotos nas pistas, sejam os fãs no dia à dia.

 

Code 3 Associates com Ryan Newman

Code 3 Associates com Ryan Newman

Tudo isto não é nenhuma novidade, há muitos anos que é assim, a exposição é uma óptima forma de promover o produto aos fãs, para as empresas conseguirem vender mais.

 

É assim em todo lado, no entanto nos EUA, deparei-me com uma situação, que embora estranha para mim na altura, até faz sentido, eram o caso dos ramos das Forças Armadas desse país, que usavam as equipas da Nascar, para chamar os jovens a alistarem-se nas suas fileiras.

 

Chegou a haver uma verdadeira “batalha” nas ovais com a US Army, a National Guard, US Navy e a US Air Force, cada uma delas a patrocinar um carro durante toda a temporada.

A Cruz Vermelha com Greg Biffle

A Cruz Vermelha com Greg Biffle

Ainda hoje isso acontece com Dale Earnhardt Jr e a National Guard e Aric Almirola com a US Air Force, só que, alguns políticos levantaram o dedo e este tipo de patrocínio tem vindo a diminuir, o caso de Ryan Newman é o mais flagrante, que perdeu a US Army há 2 anos atrás.

 

Mas há mais, as Instituições de apoio, o caso da Cruz Vermelha norte americana, que investe no Ford de Greg Biffle, Fundações como a AARP, que investe no Chevrolet de Jeff Gordon, através duma campanha a que lhe chama Drive to End Hunger.

Só mais um exemplo muito interessante, a Code 3 Associates, que provavelmente não vos diz nada e que tem como objectivo principal, treinar cães para salvamentos em situações de tragédia ambiental e neste caso, o sortudo que recebe a massa, tem sido Ryan Newman num par de corridas por ano.

 Red Bull na Nascar

Red Bull na Nascar

 

De volta aos patrocinadores dos pilotos, uma situação que é muito habitual na Europa, em especial nos jovens pilotos, com a excepção de Fernando Alonso, que onde quer que vá, leva o Santander com ele, nos EUA,  chega a ir ao extremo dos pilotos, mesmo sendo muito competitivos, perderem o lugar para outro, que tem um patrocinador mais credível e com um longo historial no mundo da competição.

 

É o caso de Ryan Newman, que tem como patrocinador a Quicken Loans, relativamente nova na competição, não se sabendo por quanto vai continuar a estar presente, e Kevin Harvick, que o vai substituir, porque tem a Budweiser com ele e toda a gente sabe, que esta empresa de cervejas, está na Nascar para ficar.

 

Ryan Newman com a Quicken loans

Ryan Newman com a Quicken loans

Mas a história não fica por aqui, Ryan Newman procura neste momento um lugar noutra equipa, levando a Quicken Loans com ele, quando foi a organização, SHR, para quem ele conduz, que teve todo o trabalho de encontrar esse patrocinador, há 2 anos atrás, quando perdeu a US Army.

 

Histórias destas no mundo da Nascar são infindáveis, o piloto, seja ele jovem , ou não, é considerado mediante as companhias que ele apresenta para pagar as contas da equipa que pertence a determinada organização.

 

 

Jimmie Johnson desde 2002 com a Lowe´s

Jimmie Johnson desde 2002 com a Lowe´s

É claro que, nos casos das grandes equipas, como a Hendrick, ou Joe Gibs, se o piloto for muito bom, primeiro contrata-se e depois arranja-se o dinheiro, mas como a probabilidade de vencer é enorme, não haverá falta de empresas a se quererem associar ao nome  desse piloto.

Para terminar, fica o exemplo da Lowes´s e Jimmie Johnson em 2001, em que a companhia, que se dedica à venda de todo o tipo de artigos para bricolage, chegou a Rick Hendrick, dono da Hendrick Motorsports e lhe disse, que estava na disposição de investir forte e durante uns anos num piloto capaz de vencer corridas, ao que Hendrick apresentou-lhes Jimmie Johnson,  em que se destacava no seu curriculum, as provas de off road, em carrinhas de caixa aberta, ou seja, nada tinham a ver com a Nascar, mas que tinha a voz de Jeff Gordon, que dizia que ele era um excepcional piloto.

 

A história desta relação entre Jimmie Johnson e a Lowe´s ainda não tem fim e pelo meio já venceram juntos 5 títulos de campeão da Cup Series, com o 6º mesmo à porta e não está fora de causa, a possibilidade de igualar, ou mesmo ultrapassar, nomes como Dale Earnhardt Sr e Richard Petty, verdadeiras legendas deste desporto.

 

Muito fica ainda por dizer certamente, exemplos de patrocínio, ou falta deles não faltam, fica agora por vossa conta, trazerem mais uns exemplos interessantes que aconteceram, ou acontecem, neste desporto que adoramos.

 

 

 

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